quarta-feira, 4 de junho de 2014

Arte Tumular

Olá pessoas que ainda visitam meu blog! Como vão vocês?

Hoje, como prometido, falarei sobre o meu projeto de Arte Tumular. 

Não é novidade que sou fã de cemitérios. Adoro o silêncio, o clima melancólico, o mistério desses ambientes. E principalmente adoro a história e a beleza. Sejam as histórias reais, ou histórias imaginadas pela minha mente maluca. O que me leva para outro ponto que me faz amar os cemitérios ainda mais: eles me inspiram e aumentam minha criatividade. 

Para muitos, cemitérios são lugares de lamentação, tristeza. Para mim são lugares de memórias, celebração de vida, arte e poesia. A própria morte eu vejo como uma parte da vida, não o fim dela. Alguns podem achar contraditório, mas nossas próprias existências são. Morte e vida são como amor e ódio para mim, duas faces da mesma moeda. Elas se completam, fazem parte de um todo, e não eliminam uma a outra. Mas deixemos essa parte de crenças um pouco de lado, porque não é o foco (mesmo assim a vontade de comentar foi maior do que eu). Vamos voltar para arte e poesia.

Mais especificamente as estátuas. O motivo d'eu ter iniciado esse projeto de Arte Tumular foi por ter me apaixonado perdidamente pelas estátuas do cemitério Santa Isabel, logo no primeiro dia que pisei meus pés lá. É muita beleza, delicadeza, riqueza de detalhes e expressões. Fico logo imaginando todo o trabalho e dedicação que o artista que criou essas estátuas teve. E elas ficam lá, fadadas ao desgaste do tempo, sem serem devidamente apreciadas como deveriam. Degaste do tempo que traz ainda mais beleza para seus rostos. Na minha cabeça era no mínimo justo retratar tamanha beleza, fazer o intermédio entre arte e expectador através da minha fotografia. Vejo isso sendo feito em cemitérios famosos como Pere Lachaise e Recoleta, mas cada cemitério local tem histórias a serem desvendadas e artes a serem apreciadas. Por mais simples que seja a lápide. 

Até agora não tô gostando do que tô escrevendo, mas tudo bem, vamos continuando. Paciência que vai ser longo.

Finalmente consegui o tempo e a disposição para sair e fotografar o Santa Isabel, e a natureza me abençoou nesse dia. Havia chovido o dia quase todo, e eu estava com muito medo de não conseguir fotografar e de quebra tomar um banho. Mas a chuva parou, justamente na hora que cheguei lá. E o meu presente foi o céu tempestuoso mais lindo e dramático que eu nunca iria esperar em ver. Fui buscando justamente prestar atenção aos detalhes das estátuas, retratar com precisão suas expressões. E nessa atenção dedicada eu fui pega de surpresa. Não que eu já não soubesse o quão belas elas eram, mas eu realmente não tinha ido com um olhar tão sensibilizado quanto o que eu estava naquele dia. Eu pude sentir as expressões, entender o que elas queriam comunicar. O medo, a compaixão, a dor, a esperança de uma salvação, a proteção. Não sei se foi sensibilidade e percepção demais, ou imaginação e inspiração demais. Mas naquela segunda feira, dia 05 de Maio eu senti aquele cemitério como nunca havia sentido antes. Quando eu via artistas (de todos os meios) falando com tanta paixão sobre determinado assunto, eu me perguntava de onde vinha tudo isso. Agora eu entendo, agora eu sinto em mim essa paixão. E é paixão mesmo do coração acelerar e você se sentir feliz e inspirado. De olhar para uma foto e chorar de emoção. É como ouvir aquela música que toca no fundo do seu coração, sabe?

Espero ter conseguido transmitir isso para minhas fotografias. 






Essas são minhas favoritas, mas você pode ver todas as fotos no meu Flickr

Sinceramente não estou 100% satisfeita com o texto, porque não acho que consegui me expressar como gostaria. Acho difícil encontrar as palavras corretas para falar de um assunto que me toca tanto. E caso encontrasse, seria necessário um livro para falar tudo que sinto. Mas eu aproveito e deixo o espaço aberto para vocês sentirem e expressarem (e me chamarem de louca). 

Por enquanto é só. Vai que um dia eu consiga me expressar de uma forma que me satisfaça e compartilhe com vocês novamente.

Até lá, apreciem. 


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